quinta-feira, 26 de abril de 2012

Centenário de Helena Kolody




HELENA KOLODY
(1912 — 2004)
Nasceu em Cruz Machado (PR), em 12 de outubro de 1912, e faleceu em Curitiba (PR), em 15 de fevereiro de 2004.
Seus pais nasceram na Galícia Oriental, Ucrânia, mas se conheceram no Brasil, onde se casaram em janeiro de 1912.
Passou a maior parte da infância em Três Barras. Foi professora do ensino médio e inspetora de escola pública. De 1928 a 1931, cursa a Escola Normal Secundária (atual Instituto de Educação do Paraná). Consta que foi a primeira mulher a publicar hai-kais no Brasil (1941). 
Foi admirada por poetas como Carlos Drummond de Andrade e Paulo Leminski, sendo que, com esse último, teve uma grande relação de amizade. 
A partir de 1985, quando recebe o Diploma de Mérito Literário da Prefeitura de Curitiba, a sua obra passou a ter grande repercussão no seu estado e no restante do País. Em 1988,  é criado o importante Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody", realizado anualmente pela Secretaria da Cultura do Paraná. Em 1989, o Museu da Imagem e do Som do Paraná grava e publica um seu depoimento. Em 1991, é eleita para a Academia Paranaense de Letras. Em 1992, o cineasta Sylvio Back faz  filme "A Babel de Luz" em homenageia aos seus 80 anos, tendo recebido o prêmio de melhor curta e melhor montagem, do 25° Festival de Brasília.
E, 2003, recebe o título de "Doutora Honoris Causa" pela Universidade Federal do Paraná.  


Bibliografia:
Paisagem Interior (1941), edição da autora;
Música Submersa (1945), edição da autora;
A sombra no rio (1951), edição da Escola Técnica do Paraná;
Poesias Completas (1962), edição da Escola de aprendizagem do SENAI;
Vida Breve (1965), edição da Escola de Aprendizagem do SENAI;
Era Espacial e Trilha Sonora (1966), edição da Escola de Aprendizagem do SENAI;
Antologia Poética (1967), Gráfica Vicentina;
Tempo (1970), edição da Escola de Aprendizagem do SENAI;
Correnteza (1977, seleção de poemas publicados até esta data), Editora Lítero-Técnica; Infinito Presente (1980), Gráfica Repro-SET;
Poesias Escolhidas (1983, traduções de seus poemas para o ucraniano), Tipografia Prudentópolis;
Sempre Palavra (1985), Criar Edições;
Poesia Mínima (1986), Criar Edições;
Viagem no Espelho (1988, reunião de vários livros já publicados), Criar Edições;
Ontem, Agora (1991), Secretaria de Estado da Cultura do Paraná; Reika (1993), Fundação Cultural de Curitiba;
Sempre Poesia (1994, antologia poética); Caixinha de Música (1996);
Luz Infinita (1997, edição bilíngüe); Sinfonia da Vida (1997, antologia poética com depoimentos da poetisa); Helena Kolody por Helena Kolody (1997, CD gravado para a coleção Poesia Falada);
Poemas do Amor Impossível (2002, antologia poética);
 Memórias de Nhá Mariquinha (2002, obra em prosa);
Viagem no Espelho (1995), Editora da Universidade Federal do Paraná. 


Na minha infância conheci já moça a professora cujos olhos azuis irradiavam a ternura de uma  eterna amiga. Mais tarde vim a perceber sua visão amorosa refletida em seus poemas, sínteses de suas idéias poéticas. Contemplando uma rosa sobre o muro, animava-a, sua visão era a de que a rosa estava sonhando. Na reflexão sobre o tempo, via -o como um mar que se alarga. Numa viagem de encontro ao sol, uma eterna madrugada. Helena Kolody é prova da visão amorosa do artista. Poesia pura, através de imagens de enlevo, doçura,  sentimentos, amor sublimado,  Helena descortina o belo e o bem no mundo.
(Noel Nascimento)



                                           Helena Kolody: Ontem e Agora    
       



HAI-KAIS

Deus dá a todos uma estrela.
Uns fazem da estrela um sol.
Outros nem conseguem vê-la.

Arco-íris no céu.
Está sorrindo o menino
que há pouco chorou.

Trêmula gota de orvalho
Presa na teia de aranha,
Rebrilhando como estrela.

Festa das Lanternas!
Os ipês estão luzindo
De globos cor-de-ouro.

Corrida no parque.
O menino inválido
aplaude os atletas.

Nas flores do cardo,
leve poeira de orvalho.
Manhã no deserto.

O brilho da lâmpada,
no interior da morada,
empalidece as estrelas.

A morte desgoverna a vida.
Hoje sou mais velha
que meu pai.


 

                      Narração Poética




“Helena é a voz do Paraná. Uma voz sonora, sem arrogâncias, sem estridências retóricas ou piegas. Uma voz que não se alterou ao longo do itinerário, modulada pela autenticidade, temperada pelo vigor de uma sensibilidade que nem o passar dos anos conseguiu reduzir”.
                                                    Hélio Puglielli


Vídeos
vídeo helena
Curta-metragem: "Helena"
Acesse

vídeo helena kolody"Helena Kolody: 100 Anos"                                  
Acesse
Assista no Youtube
vídeo: helena kolody ontem agora
Vídeo: "Helena Kolody. Ontem agora"
Acesse



 
Eu me diluí na alma imprecisa das coisas.
Rolei com a Terra pela órbita do infinito.
Jorrei das nuvens com a torrente das chuvas
E percorri o espaço no sopro do vento;
Marulhei na corrente inquietadora dos rios,
Penetrei a mudez milionária das montanhas;
Desci ao vácuo silencioso dos abismos;
Circulei na seiva das plantas,
Ardi no olhar das feras,
Palpitei nas asas das pombas;
Fui sublime n'alma do homem bom
E desprezível no coração do mesquinho;
Inebriei-me da alegria do venturoso;
E deslizei dolorosamente na lágrima do infeliz.
Nada encontrei mais doloroso,
Mais eloquente,
Mais grandioso
Do que a tragédia cotidiana
Escrita em cada vida humana. 
                           Helena Kolody 





"Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,


De ser o coração singelo que perdoa, 


A solícita mão que espalha, sem medidas,

Estrelas pela noite escura de outras vidas

E tira d'alma alheia o espinho que magoa." 

Quem marca nossa vida



A NOTA DE R$ 100,00


Um famoso palestrante começou um seminário numa sala com 200 pessoas, segurando uma nota de R$ 100,00. Ele perguntou: “Quem de vocês quer esta nota de R$ 100,00?” Todos ergueram a mão...
Então ele disse: “Darei esta nota a um de vocês esta noite, mas primeiro, deixem-me fazer isto...” Então, ele amassou totalmente a nota. E perguntou outra vez: “Quem ainda quer esta nota?” As mãos continuavam erguidas.


E continuou: “E se eu fizer isso...” Deixou a nota cair no chão, começou a pisá-la e esfregá-la. Depois, pegou a nota, agora já imunda e amassada e perguntou: “E agora?” “Quem ainda vai querer esta nota de R$ 100,00?” Todas as mãos voltaram a se erguer. O palestrante voltou-se para a platéia e disse que lhes explicaria o seguinte: “Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês continuaram a querer esta nota, porque ela não perde o valor. Esta situação também acontece conosco. Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos nos sentindo sem importância. Mas não importa, jamais perderemos o nosso valor. Sujos ou limpos, amassados ou inteiros, magros ou gordos, altos ou baixos, nada disso importa! Nada disso altera a importância que temos. O preço de nossas vidas, não é pelo que aparentamos ser, mas pelo que fizemos e sabemos.”
Agora, reflita bem e procure em sua memória:
Nomeie as 5 pessoas mais ricas do mundo.
Nomeie as 5 últimas vencedoras do concurso de Miss Universo.
Nomeie 10 vencedores do prêmio Nobel.
Nomeie os 5 últimos vencedores do prêmio Oscar, como melhores atores ou atrizes.
Como vai? Mal, né? Difícil de lembrar? Não se preocupe. Ninguém de nós se lembra dos melhores de ontem.
Os aplausos vão-se embora. Os troféus ficam cheios de pó. Os vencedores são esquecidos.
Agora faça o seguinte:
Nomeie 3 professores que te ajudaram na tua verdadeira formação.
Nomeie 3 amigos que já te ajudaram nos momentos difíceis.
Pense em algumas pessoas que te fizeram sentir alguém especial.
Nomeie 5 pessoas com quem transcorres o teu tempo.
Como vai? Melhor, não é verdade?
As pessoas que marcam a nossa vida não são as que têm as melhores credenciais, com mais dinheiro, ou os melhores prêmios.
São aquelas que se preocupam conosco, que cuidam de nós, aquelas que, de algum modo, estão ao nosso lado.
Reflita um momento. A vida é muito curta. Você, em que lista está?

segunda-feira, 9 de abril de 2012

18 de Abril - Dia Nacional do Livro Infantil



Ler é emancipar-se! É sair do lugar-comum e conseguir, através das palavras, adentrar a um novo mundo, repleto de imaginação, conhecimento e atitude.

BRASIL>> Para mais de 45 milhões de pessoas, ler é sinônimo de conhecimento. Infelizmente sabemos que a leitura ainda não é a maior prioridade no nosso país.

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2008, veio confirmar o que já sabíamos: que a população prefere assistir Tv, ouvir música, descansar e ouvir rádio a ler um bom livro.

O estudo revelou ainda que existem leitores sim, a maioria é mulher (55%) e o autor preferido é Monteiro Lobato, seguido de Paulo Coelho e Jorge Amado. Não por acaso, a data de hoje tem tudo a ver com o escritor preferido dos brasileiros: hoje é o Dia Nacional do Livro Infantil e aniversário de Monteiro Lobato.

O escritor faleceu em julho de 1948, mas somente em 2002  foi criada a Lei 10.402/02 instituindo dia 18 de abril como o Dia Nacional da literatura infanto-juvenil.

“Um país se faz com homens e livros’, a célebre frase de Monteiro Lobato explica como ele via a importância da leitura para a evolução humana. Emília, Cuca, Tia Nastácia, personagens que compuseram o imaginário coletivo de milhões de crianças, demonstrando que a leitura pode ser algo muito divertido!!!

Para você, leitor, qual o seu livro preferido?



Monteiro Lobato (1882-1948) nasceu no dia 18 de abril, em Taubaté, São Paulo. Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Monteiro Lobato. Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé. Desde menino já mostrava seu temperamento irrequieto, escandalizou a sociedade quando se recusou fazer a primeira comunhão. Fez o curso secundário em Taubaté. Estudou no Instituto de Ciências e Letras de São Paulo.
Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital e em 1904, na festa de formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos se retiraram da sala. Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Parnaíba, no ano de 1907.
Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Com ela teve quatro filhos, Marta (1909), Edgar (1910), Guilherme (1912) e Rute (1916). Paralelamente ao cargo de Promotor, escrevia para vários jornais e revistas, fazia desenhos e caricaturas.
Herdou as terras do avô, mudou-se com a família para a fazenda Buquira. De promotor passou a fazendeiro. No dia 12 de novembro de 1912, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta sua enviada à redação, criticando as queimadas feita pelos caboclos, na região. Sua carta foi publicada na edição da tarde e causou grande polêmica. Em seguida o conto Urupês também foi publicado. Nele Lobato criou a figura de Jeca Tatu, símbolo do caipira brasileiro.
Em 1917 vendeu a fazenda e foi morar na capital. Agora passou de fazendeiro para editor. Criou a Editora Monteiro lobato e mais tarde a Editora Nacional e a Editora Brasiliense. Nesse ano Lobato publicou no Jornal O Estado de São Paulo, um artigo polêmico intitulado "Paranoia ou Mistificação?", era uma crítica à exposição de pintura expressionista de Anita Malfatti, pintora paulista recém chegada da Europa. Estava criada uma polêmica, que acabou se transformando no estopim do movimento modernista.
Como escritor literário, Lobato destacou-se no gênero "conto". O universo retratado em geral, são os vilarejos decadentes e as populações do Vale do Parnaíba, quando da crise do plantio do café. Em seu livro "Urupês", que foi sua estreia na literatura, em 1918, Lobato criou a figura do "Jeca Tatu", símbolo do caipira brasileiro. As histórias do "Sítio do Pica-pau Amarelo, e seus habitantes, Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Anastácia, Narizinho, Rabicó e tantos outros, escritas em 1939, misturam a realidade e a fantasia usando uma linguagem coloquial e acessível.
José Renato Monteiro Lobato morreu no dia 5 de julho de 1948. dormindo, vitimado por um espasmo vascular.


























































.