sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Poesia de Cordel



A literatura de cordel é uma espécie de poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.  A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região Nodeste do Brasil.  Na xilogravura, um desenho é feito sobre a madeira com algum objeto cortante. Depois, com um rolo com tinta, se pinta a madeira aonde foi feito o entalhe. Então, se faz a impressão em papel ou pano, e a figura é revelada. Funciona como um carimbo.

O cordel em cordel

Bob Motta

[...]
O meu nome é Bob Motta,
E eu tenho a satisfação.
De fazer uma explanação,
Do que eu tenho na memória,
Dizendo em meus simples versos,
Os quais eu metrifiquei,
O que na mente guardei,
Do cordel e sua história.


Na Espanha e em Portugal,
No século dezesseis,
O cordel, digo a vocês, não era algo de novo
Pois o mesmo enfatizava,
Estórias e expedições,
Falava das tradições,
Ligadas ao povo.

As narrativas e estórias,
Na memória armazenadas,
De pai prá filho, passadas,
Do que ficara prá trás.
Romances, guerras, viagens,
Faziam parte das listas,
Ode a mitos regionais.




Bem antes do surgimento,
Da imprensa, do jornal,
O Cordel era em geral,
A fonte de informação.
Os fatos mui relevantes,
Ou passagens corriqueiras,
Tinham de qualquer maneira,
No Cordel, divulgação.

Para chegar ao povão,
Na Espanha e em Portugal,
Dava um trabalho infernal,
Porém, ficava bonito.
O cordel, antes da imprensa,
Era ao povo, apresentado.
Num trabalho elaborado,
Em caderno manuscrito.

Depois, pequenos folhetos,
de estórias mirabolantes,
eram presos em barbantes,
por cada um menestrel.
Ficavam assim expostos,
Manhãs e tardes inteiras,
Pelas barracas das feiras,
Daí o nome, Cordel. [...]

  • Qual o título e o autor do cordel lido?
  • Em que lugar surgiu o cordel?
  • Em que tempo esse gênero foi criado?
  • Que temas eram abordados pelos cordéis quando eles surgiram?
  • Qual era a função do cordel no tempo de seu surgimento?
  • Por que o cordel recebeu esse nome?
Relacione essa última questão com a imagem apresentada anteriormente. Explique que, no Brasil, nem sempre os cordéis são amarrados em barbantes. Muitas vezes, eles ficam expostos no chão ou em bancas. No Brasil, esse gênero também é conhecido como folheto de cordel.




 "O encontro de Lampião com Kung Fu em Juazeiro do Norte" de Abraão Batista. O cordel está disponível no site: 
Abraão Batista


Após a leitura do cordel, responda:
  • Qual o tema do cordel lido?
  • Onde e quando se passa a história narrada?
  • Quem são os personagens presentes no texto e quais suas características?
  • Onde eles se encontraram?
  • Que fato deu origem ao desentendimento entre os dois?
  • Por quanto tempo os dois duelaram?
  • O que aconteceu que fez com que os dois terminassem o conflito?
  • Existe um narrador nesse texto? Qual a sua função?
  • Como são os diálogos entre os personagens?
  • Como é possível perceber que se trata de um diálogo?
  • Há rimas nesse texto? Identifique algumas delas.
Vídeo

A partir da reportagem, promova uma discussão com os alunos sobre o cordel. Pergunte se eles conheciam as informações faladas no início da reportagem, sobre a origem e a função do cordel. Em seguida, problematize com os alunos a idéia apresentada pelo repórter de que o cordel está em vias de extinção. Pergunte o que os alunos acham dessa afirmação, se concordam com ela ou não e que efeitos eles acreditam que a extinção do cordel pode ter. Peça que eles construam argumentos que poderiam ser usados para evitar a extinção desse gênero textual. Registre esses argumentos no quadro.
Após a discussão da reportagem, sugira que os alunos criem uma estrofe, semelhante à do cordel, falando sobre a importância desse gênero textual e tentando convencer as pessoas a conhecerem as histórias narradas por ele.  

A árvore que dava dinheiro