Para além das festas na escola, o Carnaval ocupa as salas de aula e mostra que a cultura popular pode - e deve - estar no conteúdo curricular do seu filho.
Abordando o Carnaval de forma divertida e educativa, as professoras da EMCBR realizaram nesta véspera de feriado algumas atividades teórico e práticas, envolvendo arte e história, abordando o folclore, a música e toda a produção cultural do carnaval.
Quinta-feira quem deu início às atividades foi a professora Sirlene (5º ano), sexta-feira foi a vez das duas turmas do 1º ano diurno - professoras Deize / Magna e Erika / Andreza e também educação infantil - professoras Rosiane / Patrícia.
Os alunos se divertiram muito, e diziam estar muito felizes com esta aula diferente. Caracterizados com máscaras, gravatinhas e muito brilho, cantaram e fizeram a maior festa!
Os alunos junto com as professoras fizeram visitas em todas as salas, mostrando o que aprenderam sobre essa data. O Carnaval é um conteúdo de aprendizagem como qualquer outro, faz parte do currículo.
Vejam as fotos:
Os alunos junto com as professoras fizeram visitas em todas as salas, mostrando o que aprenderam sobre essa data. O Carnaval é um conteúdo de aprendizagem como qualquer outro, faz parte do currículo.
Vejam as fotos:
Educação Infantil
1º ano
1º ano
5º ano
Sobre o assunto:
Para além das fantasias e máscaras solicitadas pelas instituições de ensino, será que o valor simbólico do Carnaval é realmente percebido e transmitido para o seu filho? Pensando nos temas culturais que envolvem o carnaval no Brasil, faz parte da aprendizagem escolar desmistificar lendas associadas ao Carnaval e matar a curiosidade dos alunos com relação aos seus símbolos culturais e históricos. Mas como fazer com que a comemoração do Carnaval não comprometa a aprendizagem dos alunos? Leia abaixo algumas dicas para transformar o Carnaval em conteúdo educativo de verdade, e não apenas em uma festa sem siginificado.
1- Abordar aspectos históricos do Carnaval
O Carnaval diz muito sobre a história do Brasil e da antiga sociedade europeia. Segundo algumas correntes, o Carnaval teria como marco inicial os cultos agrários de povos antigos como os egípcios, persas, fenícios e gregos. As comemorações marcavam o início da primavera, quando os povos dançavam ao redor de fogueiras, usando máscaras e adereços para a garantia de uma boa colheita. A festa só surgiu como verdadeira prática pagã (sem crença religiosa) no Império Romano. Depois, foi incorporada ao calendário católico pela Igreja e chegou ao Brasil junto à colônia portuguesa. Aqui a comemoração foi encorpada pelas manifestações culturais dos negros escravos, a grande massa popular no Brasil do século 19. Todo esse conteúdo histórico pode ser transmitido em aula para os alunos.
2- Ensinar o conteúdo de forma lúdica:
Atividades relacionadas à expressão corporal, como danças e manifestações culturais, e trabalhos de leitura histórica e literária são alguns exemplos de possíveis conteúdos para estudo e pesquisa. "Misturar a história ao lúdico fantasioso é um exercício possível", diz Rosangela Francischini, coordenadora do Núcleo de Estudos Sócio-Culturais da Infância e Adolescência da Universidade de Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). "O Carnaval permite que as crianças aprendam de forma lúdica", completa.
3- Passar noções de coletividade
Adriana Freyberger, doutora em Educação pela USP, conta que a maioria das atividades propostas nas escolas no período do Carnaval têm como desafio desenvolver nas crianças percepções de coletividade. Para ela, é possível transformar os espaços de ensino tradicional em ambientes livres, com jogos corporais e espaços para a imaginação. "É possível transformar os espaços do parque, das salas e as áreas livres em espaços de jogos e brincadeiras, subvertendo seus usos e transformando a Educação séria na educação do riso, da alegria e do prazer em aprender", diz.
4- Envolver a família nas atividades
O período do Carnaval é bastante propício para promover uma maior aproximação da escola e da família. Os professores podem propor parcerias simples, como uma pesquisa em família sobre a comemoração ou uma lição de casa criativa para as crianças. Na Te Arte Criatividade Infantil, as professoras incentivam os adultos a contarem aos pequenos as histórias do Carnaval de suas épocas.
Nas escolas em que a festa de Carnaval é levada para as ruas (vale a calçada em frente à instituição de ensino ou mesmo o estacionamento), a interação com os pais e com a comunidade do entorno se torna mais fácil. Porém Rosangela Francischini, coordenadora do Núcleo de Estudos Sócio-Culturais da Infância e Adolescência da Universidade de Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), lembra que "as atividades pedagógicas são de responsabilidade dos professores e os pais são apenas convidados".
5- Tratar de diferenças culturais:
Um tema interessante para ser tratado nesse período sãos as diferenças culturais. Existe Carnaval em outros países? Como é a festa ao redor do mundo? Na creche da USP, as diferentes nacionalidades dos pais (alunos, funcionários e professores da universidade) contribuem para boas histórias. Lá os alunos ficam sabendo como são as comemorações em diferentes países, tudo graças à participação dos pais dos alunos.
6- Explorar o folclore regional
No período que antecede a festa, além do caráter pedagógico de se ensinar para os alunos o valor da diversidade cultural brasileira, o Carnaval permite a exploração do folclore regional do país. Mencionar a existência de manifestações como o maracatu, o frevo, o bumba-meu-boi, o samba de roda e a festa de Parintins no Amazonas é proporcionar aos estudantes uma viagem por diversos "Brasis". Rosana Gomes de Faria Mello, coordenadora de eventos do Colégio Nossa Senhora da Ressurreição, em São Paulo, conta que a cada ano a escola aborda o carnaval de um Estado brasileiro. Em 2011, é a vez de os alunos falarem sobre a festa de carnaval de Parintins, no Amazonas, a partir do tema "[Boi] Caprichoso versus [Boi] Garantido". "Encontramos um tema para estimular a pesquisa e transmitir a história da Amazônia para os alunos. Vamos tirar proveito da pesquisa pedagogicamente, num trabalho multidisciplinar", conta a coordenadora.
Na Escola de Aplicação da Universidade Estadual de Viçosa, o professor Duarte Guimarães diz que também já conseguiu trabalhar com seus alunos manifestações como o maracatu, frevo e afoxé no período de carnaval. "Teve até uma turma que pesquisou e apresentou a dança e a música do afoxé Filhos de Gandhi [grupo tradicional da Bahia]", conta.
7- Valorizar a música brasileira:
Chiquinha Gonzaga, Braguinha (também conhecido como João de Barro), Ary Barroso, Noel Rosa, Lamartine Babo e Irmãos Valença são alguns dos mais importantes compositores populares do Brasil do século 20. O Carnaval é um bom período para apresentar artistas como esses às crianças. Um intercâmbio entre a época dos pais e dos filhos pode ser conseguido a partir da apresentação de compositores populares brasileiros nas aulas. "Uma vez, uma aluna minha, de 2 anos, disse para a mãe 'eu gosto de Babo'. A mãe entendeu só depois que a filha estava falando de Lamartine Babo. Mãe e filha passaram um mês ouvindo Lamartine Babo no carro, na volta da escola", conta Cris Mara Corrêa, professora de dança da Creche\Pré-escola Central Coseas (Coordenadoria de Assistência Social e Saúde) USP, que costuma mostrar marchinhas para os seus alunos, sempre passando referências sobre seus autores.
8- Incentivar a abordagem interdisciplinar:
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