ABORDAGEM DE ALGUNS TEXTOS DISSERTATIVOS-ARGUMENTATIVOS - PARA O TRABALHO COM ALUNOS DE 3º ANO DO ENS. MÉDIO
TEXTO 1 - MOMENTO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL
Adolescentes e mesmo crianças praticam, atualmente, infrações bárbaras, deixando-nos perplexos e estarrecidos pela crueldade e malvadez que os caracterizam. A diminuição da faixa etária dos criminosos violentos é um dado real que merece uma acurada reflexão.
Agindo isoladamente ou em grupos comandados por maiores, nossas crianças e nossos jovens estão demonstrando uma insensibilidade assustadora e um desapego incompreensível pela vida alheia e até pela própria, pois se colocam frente ao crime de forma aberta, inconsequente, mostrando um destemor irracional.
Assusta a prática de violência e de crueldade absolutamente desmotivada, desprovida de qualquer sentido, mesmo dentro da óptica do delinquente, pois, após imobilizar a vítima e se apossar os bens, provoca-lhe um mal físico desnecessário, uma vez que seu objetivo já foi atingindo.
Com tais características, a criminalidade infanto-juvenil está a merecer reflexões que extrapolam os limites da questão jurídica e das soluções legislativas de natureza meramente repressiva para situar-se num campo mais amplo e diversificado que possibilite uma análise global do problema.
Para situar a questão dentro de parâmetros consentâneos com a realidade, é imprescindível que a sociedade, especialmente as elites, coloque-os como partícipe da angustiante situação e não como mera espectadora ou vítima.
Na verdade, a sociedade, de um modo geral, preocupa-se com os menores porque eles estão assaltando. Estivessem quietos, amargando calados e inertes suas carências e misérias, continuariam esquecidos e excluídos.
Nossas crianças estão crescendo abandonadas, desnutridas, sem afeto, sem teto, sem saúde, sem educação, explorada e convivendo diuturnamente com a violência.
Embora tardia, chegou a hora de fazermos algo mais do que clamar por punição.
(autor desconhecido)
Exercícios:
TEXTO 1 - MOMENTO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL
Adolescentes e mesmo crianças praticam, atualmente, infrações bárbaras, deixando-nos perplexos e estarrecidos pela crueldade e malvadez que os caracterizam. A diminuição da faixa etária dos criminosos violentos é um dado real que merece uma acurada reflexão.
Agindo isoladamente ou em grupos comandados por maiores, nossas crianças e nossos jovens estão demonstrando uma insensibilidade assustadora e um desapego incompreensível pela vida alheia e até pela própria, pois se colocam frente ao crime de forma aberta, inconsequente, mostrando um destemor irracional.
Assusta a prática de violência e de crueldade absolutamente desmotivada, desprovida de qualquer sentido, mesmo dentro da óptica do delinquente, pois, após imobilizar a vítima e se apossar os bens, provoca-lhe um mal físico desnecessário, uma vez que seu objetivo já foi atingindo.
Com tais características, a criminalidade infanto-juvenil está a merecer reflexões que extrapolam os limites da questão jurídica e das soluções legislativas de natureza meramente repressiva para situar-se num campo mais amplo e diversificado que possibilite uma análise global do problema.
Para situar a questão dentro de parâmetros consentâneos com a realidade, é imprescindível que a sociedade, especialmente as elites, coloque-os como partícipe da angustiante situação e não como mera espectadora ou vítima.
Na verdade, a sociedade, de um modo geral, preocupa-se com os menores porque eles estão assaltando. Estivessem quietos, amargando calados e inertes suas carências e misérias, continuariam esquecidos e excluídos.
Nossas crianças estão crescendo abandonadas, desnutridas, sem afeto, sem teto, sem saúde, sem educação, explorada e convivendo diuturnamente com a violência.
Embora tardia, chegou a hora de fazermos algo mais do que clamar por punição.
(autor desconhecido)
Exercícios:
1) Qual o tema abordado no texto?
2) Observando os conceitos já trabalhados em aulas anteriores, este texto é um texto dissertativo ou argumentativo? Justifique:
3) Explique a expressão: “[...] merece uma acurada reflexão.”
4) Por que, segundo o texto, os jovens e crianças estão demonstrando um “desapego incompreensível pela vida alheia e até pela própria”?
5) O texto afirma que a criminalidade infanto-juvenil merece reflexões que ultrapassem os limites jurídicos e de natureza meramente repressiva. O que isso significa?
6) O texto traz uma crítica severa em relação à sociedade. Qual é essa crítica. Você concorda? Por quê?
7) Desenvolva um parágrafo, posicionando-se acerca da diminuição da idade penal. Reflita sobre esse assunto e fundamente sua opinião por meio de fatos e argumentos. (mínimo 15 linhas)
TEXTO 2
Outra vez, o terror arranha nossos olhos. Como é de seu feitio, cai sobre inocentes, de surpresa e à toa, para que voltemos a nos lembrar dele. De fato, sinto-me provocada a dar atenção a ele e a tentar compreendê-lo – do ponto de vista não político, mas humano.
Na sua expressão política, o terror está sempre amparado por uma razão ideológica ou religiosa. Razões supremas e sobre-humanas, pensa-se (a lei da natureza, a lei da história, a lei de Deus), e que, por isso mesmo, justificariam todo o mal decorrente de sua efetivação.
Mas, na vida cotidiana, nada legitima o terror, além da vontade e do interesse dos seus agentes. Guardadas as devidas medidas e proporções, são também atos de terrorismo aqueles que invadem as cenas cotidianas: da violência doméstica à “guerra civil” que vem se instalando em algumas cidades brasileiras e cujas primeiras manifestações já eram os “arrastões” realizados nas praias cariocas, nos anos de 1980.
Seja na esfera da vida política, seja na vida privada, o ato de terror visa submeter os outros homens à vontade do agente. Sempre através de uma violência que não se anuncia, potencializada pelas armas e com o poder de exterminar sem dar direito à defesa.
Em nome de que um homem pratica o terror? O que o autoriza? Qual o seu propósito?
Penso que o terror tenha sua origem na arrogância, nesse ato de tomar só para si o poder de julgar os outros, de dar aos outros o que se pensa que merecem, recompensa ou castigo, a vida ou a morte, de decidir por eles, especialmente sobre o seu destino.
A razão de ser do terror é a arrogância. Não importa o motivo – se por ódio, se por amor, se por justiça, se por verdade. O arrogante não faz acordos nem observa regras. A lei é a sua. A palavra é a sua. O momento é o seu. A arrogância condenou à morte Jesus, Sócrates, Gandhi. Deu suporte ao nazismo, ao stalinismo, à inquisição: sustenta fundamentos políticos e religiosos.
CRITELLI, Dulce. In: Folha Equilíbrio, 1 abr. 2004.
Exercícios:
1) Segundo a autora, ela busca compreender o terror, tema discutido no texto, do ponto de vista humano. No decorrer de sua exposição, ela aponta a razão de ser do terror, sob esse aspecto. Qual é, segundo ela, essa razão e como ela se manifesta?
2) Quais as razões que justificam os atos de terror, segundo o texto? Baseando-se nisso, cite um exemplo de alguma atrocidade cometida que possa ser justificada pelos fatores indicados no texto.
3) Qual é o objetivo do terror?
4) Explique a expressão: “[...]nada legitima o terror, além da vontade e do interesse dos seus agentes [...]”.
TEXTO 3
CRIMES E CASTIGO
( )Eu poderia, é certo, contra-argumentar. O jovem de 16 pode votar se quiser, enquanto o de 18 ou mais está obrigado a fazê-lo. De todo modo, um garoto de 16 não pode dirigir veículos, abrir ou fechar negócios e nem candidatar-se à maioria dos cargos públicos eletivos. [...]
( )Atendendo a provocações, volto a comentar o inominável assassinato do casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé, desta vez sob o aspecto da lei. A tarefa que me cabe não é das mais agradáveis, pois ao sustentar que não se reduza a maioridade penal para 16 anos, como muitos agora exigem, estarei de algum modo defendendo o menor Xampinha, cujos atos estão além de qualquer defesa. O que de certa forma me tranquiliza é a convicção de que princípios existem para ser preservados contra exceções. E os crimes de Embuguaçu [...] foram justamente uma trágica exceção.
( ) O ponto que eu quero defender, contudo, não é este. Se, ignorando todas as nossas tradições jurídicas e culturais, fôssemos criar um sistema penal inteiramente novo, eu não veria grandes problemas em fixar a maioridade aos 16 ou mesmo permitir que o tribunal determinasse a capacidade jurídica de cada acusado, independente de sua idade cronológica. [...]
( )É claro que não sou um daqueles tarados que colocam a maioridade penal aos 18 anos como um fim em si mesmo. Não é desprovida de sentido a argumentação dos que defendem a redução afirmando que, nos dias de hoje, com a intensa circulação de informações, os jovens amadurecem mais cedo para algumas coisas. Se a lei já lhes faculta votar aos 16, por que não responder penalmente por seus atos?
QUESTÕES
1) Qual o assunto discutido no texto?
2) O autor se posiciona contra ou a favor da redução da maioridade penal?
3) De que argumentos o autor se vale para defender seu ponto de vista?No texto, é apresentado um argumento que “defende” a redução da maioridade penal para os 16 anos. Que argumento é esse?
Cd o gabarito?
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